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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Resenha do livro: Parte 1

Destaco neste post, conforme havia prometido, a resenha da interessante obra literária de Gustavo Fálcon. A resenha será dividida em quatro partes para facilitar a leitura

Abaixo a primeira parte, escrita pelo jornalista José Falcón Lopes:

*A vez e a voz de Mário Alves

Comunista baiano, líder da Corrente Revolucionária do PCB e fundador do PCBR, recebe biografia 39 anos depois de sua morte nos porões do regime militar.

Por José Falcón Lopes

Mário Alves de Souza Vieira. Comunista baiano assassinado pela Ditadura Militar entre os dias 16 e 17 de janeiro de 1970 nas dependências do I Batalhão da Polícia do Exército, no Rio de Janeiro. Morreu sob tortura e não entregou aos seus assassinos o motivo pelo qual foi condenado: suas convicções.

Vitimado pelo sistema que combateu, manteve-se coerente aos ideais em que acreditava. Por isso, 39 anos depois de sua morte e do desaparecimento de grande parte dos regimes comunistas, Mário Alves continua existindo.

Relatos de companheiros e parentes, entrevistas, citações em livros, artigos de jornais, fotografias e documentos, enfim, peças do enorme quebra-cabeça que ajudam a contar sua história foram reunidas no livro “Do reformismo à luta armada: a trajetória política de Mário Alves (1923-1970)”, do jornalista e sociólogo Gustavo Falcón.

A obra é resultado da tese de Gustavo para o doutorado em História na UFBA e, antes mesmo de virar livro, mereceu um artigo do eminente jornalista Emiliano José – autor, dentre outros títulos, de “Lamarca: o capitão da guerrilha”, “Marighella: o inimigo número um da ditadura” e “Victor Meyer, um revolucionário” - publicado na revista Carta Capital de 26 de março do ano passado.

No texto intitulado “A dor de Dilma”, Emiliano, que integrou a banca examinadora da tese, relata o sofrimento vivido pela esposa de Mário Alves, que lutou para que a União reconhecesse o assassinato de seu marido e entregasse seu corpo à família. Dilma Borges Vieira morreu em 1985. O reconhecimento do Estado brasileiro pela morte de Mário Alves só veio em 1º de dezembro de 1987. Seu corpo até hoje não foi encontrado.

CONTEXTOS

Dividido em seis capítulos, o livro começa pelo que o senso comum entenderia como o fim: a onda de prisões e eliminações de militantes do PCBR entre 1969 e 1970. No entanto, o historiador faz desse o mote para a reconstrução dos contextos históricos, políticos e sociais que passam a dividir com Mário Alves o papel de estrela do livro. Afinal, os 47 incompletos e intensos anos vividos pelo comunista são fortemente marcados e influenciados por acontecimentos que valeram ao século passado a alcunha de “era dos extremos”, conferida pelo historiador marxista Eric Hobsbawn.

O autor levanta as origens sertanejas do comunista e descobre não só uma linhagem política poderosa, mas traços marcantes de sua personalidade em comum com um tio considerado herói da Marinha brasileira de quem, coincidentemente, herdou o nome.

*continua...

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