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terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

E rolam as páginas da vida...

Caminha-se só, em grupo, amparado e, até, paralisado. Sim. O caminho também é feito e efeito da imaginação. Mas não se trata de algo meramente ilusório. Ele é real. Talvez até mais verossímil do que as palavras - ou a falta delas - possam expressar. Se a vida fosse um texto com início, meio e fim, cada um escrevesse a sua história e a junção desses escritos formasse um livro, não haveria preocupação com o conto melhor grafado, possuidor das orações mais complexas, das conjunções mais perfeitas, da ortografia impecável, da lógica contundente. Não se daria tanto valor à coerência e não haveria espaço para a conclusão.

Um texto sem erros - sejam eles ortográficos ou gramaticais -, onde não existam equívocos de qualquer ordem, assemelha-se a uma existência sem a possibilidade de mudança (correção). É um texto chato, nulo, sem vida! É uma existência sem cor, um passar dos dias amargo, uma redação obrigatória e preestabelecida por normas, chamadas de "cultas".

A maioria das pessoas teme mais a solidão do que a morte. Mesmo que esta última seja o ponto final. Parece que a existência só torna-se possível quando, de alguma forma,  estamos completos. Contudo, preencher a si mesmo não se resume a ficar rodeado de pessoas por todos os lados. São palavras em excesso. É um texto prolixo.

A igreja garante que não estamos aqui por acaso. Há explicações, orações, suplícios e mártires, mas não há, - muitas vezes - harmonia nessas idéias. É a explicação da fé. Do invisível. Daquilo que não traz o retorno imediato, não é palpável e não corresponde à lógica deste mundo, o qual, por sua vez, não permite pausas  durante as "orações". É desta forma que estão balizados os sentimentos nos dias de hoje. O retorno possível apenas no aqui e agora. Se não for assim, não é satisfatório, não serve, é descartável.

Nesse contexto, mesmo sem nos darmos por conta, vamos grafando os livros de nossas vidas. Mal percebemos que os verdadeiros poetas não estão com a testa franzida, apontando para essa ou aquela história, julgando qual a melhor escrita. Estão apenas sentados no banco de uma praça qualquer e dialogam sobre escritos complexos à razão, mas fiéis ao espírito e, cada vez mais, honestos à alma.

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