
Com o passar do tempo, surgiram estudos de importantes pensadores na área da literatura. É o caso do britânico Terry Eagleton, crítico literário marxista, que definiu a Teoria Literária como uma forma teórica de investigação. Ele procurou trabalhar com o conceito de literatura, partindo do tipo de relação que ela estabelece com a sociedade.
A palavra “novel” (de novo ou inexperiente) foi usada nos séc. XVI e XVII tanto para definir os acontecimentos reais, quanto os fictícios. Os romances e as notícias não eram claramente factuais, a distinção que é feita hoje não se aplicava na época. Dessa discussão, surgiu a ideia de que a literatura, talvez não seja definida pelo seu caráter ficcional ou imaginativo e sim, por aplicar uma linguagem particular.
Não se pode afirmar que a notícia é o retrato fiel do fato noticiado, ela pode, no máximo, revelar uma ideia geral sobre algo que já aconteceu. Isso, por si só, já nos leva a estabelecer essa relação entre a criação da obra literária e do texto jornalístico, levando em conta todas as variáveis que envolvem a construção textual em ambos os casos.

Essa comparação entre o resultado final do que é considerado obra literária ou jornalística, remete a discussões antigas sobre a capacidade do texto, seja ele qual for, absorver as angústias da sociedade e promover a cidadania, levando a todos um retrato, que, se não pode ser exato, pelo menos seja produzido dentro do espectro onde se dá o fato ou se cria a realidade.
O que pretendo questionar com tudo isso é o caráter de verossimilhança que a notícia, enquanto obra literária, adquiriu na sociedade contemporânea. Na maioria das vezes, não há o espaço para a dúvida e o questionamento. Fator esse, que, na minha opinião, é extremamente lesivo à sociedade.
A insistência de muitos veículos de comunicação em afastar a subjetividade das matérias jornalísticas, aliada a falta de sustentação histórica dos fatos, induz o leitor ao erro. Sendo este fantasiado, diariamente, de verdade absoluta e aquele, de intérprete da realidade.
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