Fazíamos isso enquanto esperávamos os nossos pais virem nos buscar. Não podíamos sair da mesa onde estávamos até a chegada do responsável. Uma tortura interminável, fruto de uma educação rígida e pretensiosa.
Aquele colégio me dava arrepios. A sala era fria e enorme. Fazia eu me sentir sozinho, dava medo de verdade. Era toda branca, com mesas redondas uma ao lado da outra. A tampa das mesas era verde, combinando com o assento das cadeiras. Havia, ainda, um armário grande, com desenhos que fazíamos colados por toda sua extensão.
O alfabeto ficava pendurado numa espécie de "varal". Ele atravessava de ponta a ponta a sala de aula. Em cada uma das folhas presas à corda havia o desenho de um animal, onde estava grafada a letra correspondente para facilitar a sua identificação.
Um exemplo claro desse "aprendizado por assimilação simbólica" pode ser dado pela letra “A”. Encontrava-se escrito, logo abaixo, a palavra" águia”. Era a mais altiva de todas. Afinal de contas, é a primeira letra do alfabeto e, por isso, encontrava-se em destaque. Ela ficava estampada como um cartão de visitas. O símbolo oficial dos Estados Unidos ganhava evidência em um ambiente repleto de crianças, todas ansiosas por aprender coisas novas e dar significado as suas vidas.
Um método educacional capaz de inserir no imaginário dos pequenos a importância e a grandeza daquele animal e, consequentemente, de tudo aquilo que ele representava. De início, era só isso. Mais tarde formaríamos frases inteiras. Daríamos sentido as relações estabelecias naquele espaço de convivência. Assim, aprenderíamos lições para toda a vida. (Continua....)
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