
Em Lavoura arcaica os conflitos familiares são tratados de forma lírica. Mas não se pode julgar apenas como poética a forma com que o jovem André narra sua fuga e seu retorno ao seio da família. "O tempo brincava comigo, o tempo se espreguiçava provocadoramente, era um tempo só de esperas, me guardando na casa velha por dias inteiros... ", conta o jovem que foge da fazenda onde morava com seus pais e irmãos para lançar-se numa fuga de si mesmo.

No entanto, preste bem atenção caso queira mergulhar nesta incrível história "... deve sentar-se num banco, plantar um dos pés no chão, curvar a espinha, fincar o cotovelo do braço no joelho, e, depois, na altura do queixo, apoiar a cabeça no dorso da mão, e com os olhos amenos assistir os movimentos do sol e das chuvas e dos ventos, e com os mesmos olhos amenos assistir a manipulação misteriosa de outras ferramentas que o tempo habilmente emprega em suas transformações..."
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