Há 40 anos, jovens de todo o mundo saíram às ruas em busca de liberdade e justiça
Desde 1968 o mundo não é mais o mesmo. Uma série de acontecimentos políticos e sociais mudaram a forma conservadora, preconceituosa e acomodada com a qual a sociedade interpretava a realidade. Movimentos sociais, culturais e políticos desafiaram a ordem vigente, tomando as ruas em busca de justiça social e liberdade. A discussão sobre o uso da pílula anticoncepcional, a igualdade entre os sexos, a liberdade sexual, tudo indicava que o mundo estava passando por um processo dialético. Cabelos e barbas cresciam, as saias e os preconceitos diminuíam; o Rock and Roll dava o tom e a tropicália reinventava a identidade nacional brasileira.
No Brasil, o ano de 1968 foi marcado pela atuação do movimento estudantil. Desde 1964, a idéia do regime militar brasileiro era acabar com todas as formas de organização. A política da época era voltada para a privatização do ensino, modelo importado dos EUA, que visava direcionar a formação dos jovens exclusivamente para o mercado de trabalho.
Em março de 1968, o Brasil presenciou o enfrentamento entre o poder institucionalizado e repressor e a resistência militante. No Rio de Janeiro, estudantes reunidos no restaurante Calabouço realizaram uma manifestação contra a má qualidade do ensino e a manutenção do local como um ambiente público. Durante o ato um dos estudantes da Frente Unida dos Estudantes do Calabouço (FUEC) foi morto pelos militares. “O tiro que acertou o estudante Edson Luiz, foi o mesmo que acertou o coração do Brasil”, relembra Elinor Brito, Coordenador da FUEC. Três meses após esse episódio o Rio de Janeiro foi tomado por mais de cem mil pessoas, pedindo o fim da repressão e dos anos de chumbo.
Em outubro de 1968, durante as Olimpíadas do México, os esportistas norte-americanos: Tommie Smith e John Carlos, primeiro e terceiro lugares na prova de atletismo ergueram seus punhos cerrados ressaltando o poder negro. Esse acontecimento levou o Comitê Olímpico Internacional a expulsar os atletas dos jogos. O que preocupava os “donos do poder” era a reverência ao maior grupo negro organizado da história: o Partido dos Panteras Negras, responsável pela conscientização do povo negro sobre seus direitos e pela luta contra a opressão e o preconceito, frutos do capitalismo.
Talvez o fato que melhor identifique o que representou o ano de 1968 esteja em Paris. Em maio de 1968, jovens franceses disseram não ao fechamento das universidades e uniram-se aos trabalhadores contra as políticas obscuras do general Charles De Gaulle. As barricadas dos estudantes franceses estão vivas até hoje na memória e nas ações de todo indivíduo que desafia o poder e procura transformar a realidade.
Seminário
De12 a 16 de maio de 2008 o Instituto Mário Alves (IMA) realizou o seminário: 1968 – 40 anos depois, que contou com a presença de estudantes e representantes dos movimentos sociais. Durante a atividade estiveram presentes sociólogos, historiadores e militantes políticos. Para mais informações, acesse o blog: http://seminario1968.blogspot.com
Desde 1968 o mundo não é mais o mesmo. Uma série de acontecimentos políticos e sociais mudaram a forma conservadora, preconceituosa e acomodada com a qual a sociedade interpretava a realidade. Movimentos sociais, culturais e políticos desafiaram a ordem vigente, tomando as ruas em busca de justiça social e liberdade. A discussão sobre o uso da pílula anticoncepcional, a igualdade entre os sexos, a liberdade sexual, tudo indicava que o mundo estava passando por um processo dialético. Cabelos e barbas cresciam, as saias e os preconceitos diminuíam; o Rock and Roll dava o tom e a tropicália reinventava a identidade nacional brasileira.
No Brasil, o ano de 1968 foi marcado pela atuação do movimento estudantil. Desde 1964, a idéia do regime militar brasileiro era acabar com todas as formas de organização. A política da época era voltada para a privatização do ensino, modelo importado dos EUA, que visava direcionar a formação dos jovens exclusivamente para o mercado de trabalho.
Em março de 1968, o Brasil presenciou o enfrentamento entre o poder institucionalizado e repressor e a resistência militante. No Rio de Janeiro, estudantes reunidos no restaurante Calabouço realizaram uma manifestação contra a má qualidade do ensino e a manutenção do local como um ambiente público. Durante o ato um dos estudantes da Frente Unida dos Estudantes do Calabouço (FUEC) foi morto pelos militares. “O tiro que acertou o estudante Edson Luiz, foi o mesmo que acertou o coração do Brasil”, relembra Elinor Brito, Coordenador da FUEC. Três meses após esse episódio o Rio de Janeiro foi tomado por mais de cem mil pessoas, pedindo o fim da repressão e dos anos de chumbo.
Em outubro de 1968, durante as Olimpíadas do México, os esportistas norte-americanos: Tommie Smith e John Carlos, primeiro e terceiro lugares na prova de atletismo ergueram seus punhos cerrados ressaltando o poder negro. Esse acontecimento levou o Comitê Olímpico Internacional a expulsar os atletas dos jogos. O que preocupava os “donos do poder” era a reverência ao maior grupo negro organizado da história: o Partido dos Panteras Negras, responsável pela conscientização do povo negro sobre seus direitos e pela luta contra a opressão e o preconceito, frutos do capitalismo.
Talvez o fato que melhor identifique o que representou o ano de 1968 esteja em Paris. Em maio de 1968, jovens franceses disseram não ao fechamento das universidades e uniram-se aos trabalhadores contra as políticas obscuras do general Charles De Gaulle. As barricadas dos estudantes franceses estão vivas até hoje na memória e nas ações de todo indivíduo que desafia o poder e procura transformar a realidade.
De
“Quanto mais amor eu faço, mais vontade tenho de fazer a revolução. Quanto mais revolução faço, maior vontade eu tenho de fazer amor” (citação encontrada em muros na época)
*Texto publicado na edição de junho/julho do jornal ATENTO, informativo mensal da RádioCom 104.5
*Texto publicado na edição de junho/julho do jornal ATENTO, informativo mensal da RádioCom 104.5
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