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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O cativeiro do capital

No final do mês de outubro a Agência de Notícias Repórter Brasil, conhecida pela sua atuação em defesa dos Direitos Humanos, publicou mais uma reportagem denunciando a prática do trabalho escravo no país. Desta vez, foram libertados 17 trabalhadores na cidade de Vitória (ES). Eles dormiam num galpão sem direito a consumo de água potável e tampouco tinham acesso aos equipamentos necessários para a realização do trabalho manual. Além disso, a jornada era duríssima, cerca de 12 horas por dia, inclusive nos finais de semana. Os operários eram responsáveis pelas escavações das canaletas que alojam os cabos óticos da operadora de telefonia celular Claro e foram aliciados no estado do Rio de Janeiro.

Vale lembrar que a Claro faz parte de uma rede de companhias telefônicas controladas pelo empresário mexicano Carlos Slim. A América Móvil e Telefonica, é representada pela Claro no Brasil, sendo a maior operadora de celular da América Latina, com mais de 140 milhões de celulares funcionando sob sua transação comercial. Para se ter uma idéia, a fortuna adquirida por esse magnata das telecomunicações, já ultrapassa, até mesmo, a do co-fundador da Microsoft, Bill Gates.

As empresas multinacionais baseiam-se nos princípios do neoliberalismo para aumentar seus lucros e, assim, aprofundam as desigualdades sociais, levando um enorme contingente de trabalhadores ociosos ao desespero. Sem opções, eles aceitam qualquer possibilidade de emprego para tentar sobreviver. Quando a intervenção do governo no mercado de trabalho não é capaz de solucionar este problema, o capital estrangeiro, que beneficia apenas os empreendimentos internacionais, aprisiona os operários em situação de miséria por meio da labuta, os quais, por não terem alternativa, aceitam passivos aquilo que determinam seus capatazes.

Esse novo tipo de escravidão condiciona milhares de trabalhadores a transitarem entre o ócio e o suplício, já que não possuem as condições mínimas para exercerem uma atividade digna de garantir o seu sustento. Os donos do capital esbanjam fortunas, as quais ultrapassam os 30 bilhões de dólares, como no caso de Slim. Enquanto isso, a maioria dos trabalhadores que vivem em situações análogas à escravidão, se tiverem a sorte de receber, será algo entre R$ 3,00 a R$ 7,00 por metro escavado.

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