O Jornal do Serra, digo, o Jornal Nacional (JN), veiculou uma reportagem ridícula nesta quinta-feira (21), digna de fazer crer que, além de um "papelão", o candidato tucano também estaria fazendo "fita". Alguém já ouviu falar de outra pessoa que precisou realizar uma tomografia por causa de um rolo de fita crepe lançado em sua cabeça?
Certamente a dor do tucano é outra. Ele não consegue crescer nas pesquisas, sua popularidade é infinitamente menor que a do atual presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, e, para piorar, sua mudança paradigmática de Zé caô para Zé do bem, só fez ele despencar na preferência do eleitorado, chegando cada vez mais perto de se tornar o Zé ninguém.
Sejamos francos, o JN já foi melhor em suas investidas sensacionalistas. Em defesa de seu candidato esquálido, o casal modelo, da mídia escrota, está ajudando a transformar qualquer resquício de democracia neste país em piada. Essas bizarrices, não vejo expressão melhor para definir tamanha falta de credibilidade com que estão pautando a política nacional, só faz a dita "grande mídia" conseguir mais adeptos para a campanha do "quanto pior melhor".
Tudo vira drama nas lentes das câmeras globais sedentas por um caso maniqueísta. É a trama perfeita para um dramalhão, e disso, não tem como discordar, a Globo entende bem. Acontece que ninguém mais acha Fantástico o Jornal Nacional promover o maior ti-ti-ti para defender uma caricatura da velha política nacional. Que tanto medo a Rede pró-Golpe de 1964 tem de mais um governo petista? Se não sofreram nenhum arranhão em sua hegemonia nestes oito anos, por que sofreriam agora? Isso tudo é ódio de classe?
Estão com medo das proposições aprovadas na Confecom? Da regulamentação dos meios de comunicação? A idéia de um controle social da mídia os assusta? Não basta os ministros das Comunicações que passaram pelo Governo Lula serem, todos eles, de uma forma ou de outra, identificados com a Globo e com as forças políticas responsáveis pelo golpe militar no Brasil? O plim plim está ficando cada vez mais receoso de piscar para o público. Este, agora começa a agir como se despertasse de uma hipnose, na qual, esteve imerso 45 anos. Que curioso, o mesmo número do candidato da emissora.
Já não dá mais para dizer que "a gente" se vê por aqui, pois, lá e cá, ou, em qualquer lugar, o que se vê é o império da família Marinho começar a ruir. Não estou sendo otimista demais não. Quando se deixa de eleger o seu candidato, mesmo não existindo uma oposição verdadeiramente determinada em acabar com a sua "festinha", leia-se retirar a concessão pública do canal por estar sendo mal utilizada, percebe-se uma pequena rachadura na base de sustentação dessa hegemonia.
Tempo e dinheiro para manusear as forças responsáveis pelo conserto desta estrutura os globais têm, no entanto, parece estar começando a lhes faltar o que Roberto Marinho tinha de sobra, ou seja, influência e adaptação à política de turno. As relações de poder, nestes tempos em que um ex-líder sindical é o homem mais importante do país, confrontam-se diretamente com os símbolos do passado. Nesse contexto, os ex-exilados intelectuais e hipocondríacos, metidos a querer gerenciar os programas assistencialistas, não passam de genéricos prolixos com crise de identidade e em fase de extinção.
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