Olá menina! Que bom te encontrar. Sei, no intimo da minha alma, que andastes sempre por perto a me rodear. Mas, hoje, olhando para ti mais de perto, é que começo a enxergar. Não sei se os meus olhos encontraram tua beleza ou se a tua beleza está no meu olhar. É tanta dúvida, tanta incerteza, mas cada vez quero me envolver mais, não posso parar.
És mesmo insistente, nunca deixastes de me paquerar e, eu, tímido, ainda estou aprendendo qual a melhor formar de me chegar. Com o passar do tempo comecei a sentir a força do vento, enxergo agora o som da brisa ao respirar. É pura magia, é beleza, é a dádiva da vida a me ofertar. É o sol que queima, o fogo que incendeia, a brisa que acalma. É como uma mão a me acariciar: o rosto, o corpo, em qualquer lugar.
São lindas as formas que tens para te apresentar: és musica, és magia, és pura essência. É só abrir os olhos e procurar. Em volta, ou, para dentro de si, irás encontrar. Apareces na paisagem, no cheiro do som, no gosto do ar. Me beliscas a noite e me fazes pensar: - serias tu tão bonita? Ou seria o jeito que enxergo as tuas formas de andar, falar e sossegar? Seria isso que te torna assim tão exemplar?
Obrigo-me a parar e ouvir. A sentir e olhar. Quando percebo, não estou mais em mim e me ponho a chorar, a rir, a cantar, a lutar, a sorrir e a brincar. É tanta beleza. És tu natureza. És água, és vinho, és todo o carinho, és muito mais que eu possa contar.
Acordes ecoam. Lá no fundo percebo uma cabana, uma bela paisagem. Há verde, há azul, há branco e vermelho. É linda, no espelho, a imagem que cisma em brilhar. É o sol que reflete, entra pela janela e quer se mostrar.
Que linda manhã. Que noite tranqüila. És tu, ó menina! Nascesses no gueto, não ostentas riqueza, és vendida nos preços que querem te dar. Mas és forte, resististes ao tempo e transformas o modo de cada um te enxergar.
És tu minha ARTE, mais cedo ou mais tarde este encontro haveria de se concretizar!
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